A maioria das crianças apresentou problemas de cárie e a mucosite

Estudo realizado na Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas, analisou os cuidados com saúde bucal em crianças diagnosticadas com leucemia, e apontou que a maioria das crianças apresentam problemas de cárie e mucosite, doenças causadas pela ausência de higiene e excesso de medicamentos.

Elsa Maria da Silva Barros, aluna do curso de Mestrado em Odontopediatria da SLMANDIC e responsável pela pesquisa explicou que, para entender se há, por parte dos profissionais de saúde, um cuidado com a saúde bucal destas crianças e as consequências da ausência de cuidado, foi levado em consideração o quadro clínico de 30 crianças em tratamento no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém-PA, com idade entre 2 e 18 anos, de ambos os sexos.

O Prof. Dr. José Carlos Imparato, orientador da pesquisa explica que, para entender o cenário de tratamento a que são submetidos os pacientes, inicialmente foram coletados dados de identificação por meio do preenchimento de uma ficha clínica individual. Em seguida, ocorreu a realização de exame clínico de todas as partes da boca, incluindo lábios, gengiva, língua e palato. Por fim, a pesquisadora aplicou um questionário para entender melhor os possíveis tratamentos a que estes pacientes são submetidos, e para isso, contou com a ajuda dos pais e responsáveis.

A partir dos dados coletados, foi possível entender que o câncer tem impacto negativo na saúde bucal e, consequentemente, na qualidade de vida de pacientes leucêmicos pediátricos. A pesquisadora destacou, ainda, que é possível haver uma redução destes problemas bucais, desde que haja um cuidado constante, e que leve em consideração o quadro clínico destas crianças. “As intervenções dentárias devem ser realizadas com rapidez e eficiência, seguindo um protocolo de tratamento adaptado às necessidades especiais e problemas específicos desses pacientes, promovendo, assim, melhor qualidade de vida aos pacientes e diminuindo, principalmente, a ansiedade de pais e cuidadores no que diz respeito à saúde bucal”, concluiu.

 

Sobre o Instituto e Centro de Pesquisas São Leopoldo Mandic

O Instituto e Centro de Pesquisas São Leopoldo Mandic, em Campinas, foi constituído em janeiro de 2004, sem fins lucrativos, para realizar pesquisas na área de saúde, desenvolvimento de novas tecnologias, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnico-científicos, fomento à capacitação e treinamento de pesquisadores.

Conta com laboratórios de Cultura de Células, Microbiologia, Ensaio de Materiais, Patologia e Imunohistoquímica, Biologia Molecular e Terapia Celular, todos equipados com recursos de última geração. Até dezembro de 2018, foram 981 artigos publicados em revistas científicas indexadas em diferentes bases de dados, como PubMed e Scielo. O Laboratório de Patologia Bucal emitiu, gratuitamente, mais de 26 mil laudos de biópsias provenientes de tecidos da região, sendo 1.657 de carcinomas e 125 de outras neoplasias malignas, atendendo não só pacientes da região como de outros estados do Brasil e atualmente, recebe também material proveniente da África, especificamente de Angola.

Os recursos financeiros do Instituto e Centro de Pesquisas São Leopoldo Mandic para a realização de suas pesquisas são obtidos por meio de fomento direto pela Faculdade São Leopoldo Mandic, parcerias e convênios com empresas, contribuição de associados e em especial por fomentos obtidos pelos docentes do Centro através dos órgãos públicos como CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).