Pesquisa avalia o risco de infecção dentária causar sinusite maxilar
Aluna da Faculdade São Leopoldo Mandic analisou exames tomográficos e verificou maior chance de pacientes com infecção dentária desenvolverem sinusites
A sinusite odontogênica é uma infecção de origem dentária que se manifesta no seio maxilar.
Porém, por não ser diagnosticada da forma correta, muitas vezes é tratada como outros tipos de sinusite, o que não resolve os sintomas apresentados pelo paciente.
Com a intenção de avaliar a relação entre determinadas infecções originadas nos segundos pré-molares e molares superiores com a sinusite maxilar, uma pesquisa desenvolvida na São Leopoldo Mandic analisou exames de tomografia computadorizada de feixe cônico, realizados no período de 2013 a 2018, na Clínica de Radiologia da Faculdade.
No total, 431 dentes foram analisados e caracterizados quanto à prevalência de infecções dentárias. Também foram descritos os tipos de sinusite apresentados pelos pacientes que fizeram parte da amostra.
Ao final do estudo, a pesquisa constatou que há associação entre infecções dentárias e sinusopatias.
“Cirurgiões-dentistas e médicos devem descartar as infecções de origem dentária nos casos de sinusopatias. Uma vez que a causa seja a infecção dentária, o paciente terá o tratamento adequado para sua patologia”, conclui Dr.a Fernanda Ramia Curi, depois de fazer a pesquisa para a obtenção do título de mestre, na área de Radiologia Odontológica, com a orientação da professora Dr.a Francine Panzarella.
Anatomia e proximidade do seio maxilar com raízes dentárias
De acordo com diversos estudos científicos, a disseminação de infecções dos dentes posteriores até o seio maxilar da face é facilitada pela proximidade anatômica entre as raízes dos dentes e o assoalho do seio maxilar.
Na pesquisa da Dr.a Fernanda, foram estudados os dentes posteriores superiores e ficou evidente que infecções, provenientes de qualquer um desses dentes, podem causar sinusite.
“Não houve um dente ou raiz em específico que estivesse associado à presença da sinusopatia. Existe sim relação entre infecções dentárias e sinusite maxilar, mas isso não depende do tipo de dente”, esclarece a pesquisadora.
Tipos de lesão dentária e sinusite
A pesquisa, desenvolvida na Faculdade São Leopoldo Mandic, constatou que a presença de lesões aumentou o risco de velamento parcial dos seios maxilares – um dos sintomas da sinusite – sendo este aumento de 34,1 vezes em lesão periapical, 228,8 vezes em lesão endoperiodontal e a exposição de furca em 11,6 vezes.
A lesão endoperiodontal foi a pericopatia que se mostrou mais associada às sinusopatias e sua presença elevou o risco de velamento total em 48,5 vezes.
Relevância da pesquisa
De acordo com a Associação Americana de Endodontia, “mesmo que os sintomas e sinais radiográficos sejam semelhantes aos de outras sinusopatias, a patogênese e o tratamento para a sinusite odontogênica é completamente diferente dos outros tipos de patologias nos seios maxilares, portanto, se a infecção de origem dentária for negligenciada, o tratamento médico não resolverá o caso”.
A falha em diagnosticar e tratar adequadamente a sinusite de origem endodôntica resulta na persistência da doença.
Além disso, há a possibilidade de a patologia evoluir para infecções craniofaciais mais graves e com risco de morte.
O estudo feito na SLMANDIC alerta para que médicos e cirurgiões-dentistas estejam atentos aos casos de infecção em dentes posteriores, pois existe o risco do desenvolvimento da sinusite odontogênica.
Faculdade assina convênio com a Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono
O Diretor de Pós-Graduação, Extensão e Pesquisa da Faculdade São Leopoldo Mandic (SLMANDIC), de Campinas, Dr. Marcelo Henrique Napimoga, acaba de assinar um convênio de cooperação científica com a Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono. O acordo foi firmado nesta sexta-feira, 15 de fevereiro, com o Presidente da Associação Portuguesa de Cronologia e Medicina do Sono, Dr. Miguel Meira e Cruz.
Durante três anos, alunos de pós-graduação poderão fazer intercâmbio com a Universidade de Lisboa (Portugal) para produção científica voltada à medicina do sono e à dor orofacial, e os trabalhos serão avalizados pela Associação Portuguesa de Cronologia e Medicina do Sono.
Dr. Miguel Meira e Cruz, Presidente da Associação Portuguesa está no Brasil a convite da São Leopoldo Mandic, onde participa de um Simpósio de Sono e Dor, coordenado pelo Prof. Antonio Sergio Guimarães, coordenador dos cursos de Pós-Graduação em Dor Orofacial. Ele fará uma apresentação neste sábado, dia 16/2, sobre Sono e Dor: Novas Fronteiras e Perspectivas, para cerca de 200 cirurgiões-dentistas que participam deste Simpósio. Dr. Miguel é Mestre em Fisiologia e Medicina do Sono e Pós-Graduado em Doenças Respiratórias e do Sono na Criança.
A Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono é uma organização científica transdisciplinar, constituída por profissionais com formação distinta, mas que têm em comum, o interesse e dedicação a fisiologia e medicina do tempo e do sono.
Sequência de anodontia parcial de incisivo lateral maxilar: uma entidade clínica com origem epigenética
Sequência de anodontia parcial de incisivo lateral maxilar: uma entidade clínica com origem epigenética
Autores: Consolaro A, Cardoso MA, Consolaro RB
Resumo: A relação entre a anodontia parcial do incisivo lateral e o deslocamento palatino do canino superior não irrompido não pode ser considerada uma anomalia dentária múltipla com etiopatogenia genética definida, a ponto de ser considerada como uma “síndrome”. Os genes envolvidos sequer foram identificados e localizados no genoma humano, e nem mesmo presumiu-se em qual cromossomo se localizaria o gene responsável. O deslocamento palatino do canino superior em casos de anodontia parcial do incisivo lateral superior está potencialmente associado às mudanças ambientais provocadas pela sua ausência no local de formação e erupção, o que caracterizaria uma etiologia epigenética para essa associação. A falta do incisivo lateral superior na região canina implica em tirar um dos guias referenciais da trajetória eruptiva do canino superior, que ficaria, assim, não irrompido e/ou impactado no palato. Como consequência, e em sequência, promove-se uma má oclusão, atresia maxilar, transposição, retenção prolongada do canino decíduo e reabsorções nos dentes vizinhos. Dessa forma, pode-se afirmar que estamos frente a um conjunto de anomalias e alterações múltiplas sequenciais conhecido como anomalias de desenvolvimento sequencial ou, simplesmente, sequência. Uma vez aceita a condição epigenética e sequencial para esse quadro clínico, ele poderia ser chamado de “Sequência da Anodontia Parcial do Incisivo Lateral Superior”.
Publicado no periódico: Dental Press Journal of Orthodontics
Acesse o site PubMed: Clique aqui
São Leopoldo Mandic consolida parceria científica com Universidade da Califórnia (UCDavis)
Os professores da Faculdade São Leopoldo Mandic, de Campinas, Marcelo Henrique Napimoga e Juliana Trindade Clemente Napimoga, estiveram entre os dias 16 e 23 de janeiro, na Universidade da Califórnia (UCDavis), para visitar o Laboratório coordenado pelo renomado pesquisador, Dr. Bruce Hammock, e apresentar os resultados referentes à parceria científica estabelecida entre os pesquisadores das duas instituições e apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
O projeto de pesquisa em andamento, intitulado “Avaliação do Efeito Imunofarmacológico do uso de Inibidor de Epoxi hidrolase (TPPU) no Controle da Perda Óssea” teve como objetivo investigar se a molécula desenvolvida e patenteada pelo Dr. Hammock (TPPU) pode inibir a reabsorção óssea em um modelo de periodontite (doença gengival grave que danifica as gengivas e pode provocar perda óssea e consequentemente a perda dos dentes), bem como, para elucidar os mecanismos moleculares envolvidos.
Parte dos dados deste projeto foram publicados na prestigiada revista científica Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, com o título “Soluble Epoxide Hydrolase Pharmacological Inhibition Decreases Alveolar Bone Loss by Modulating Host Inflammatory Response, RANK-Related Signaling, Endoplasmic Reticulum Stress, and Apoptosis”. Trindade-da-Silva CA, Bettaieb A, Napimoga MH, Lee KSS, Inceoglu B, Ueira-Vieira C, Bruun D, Goswami SK, Haj FG, Hammock BD.
Além da apresentação dos dados referentes à pesquisa, Marcelo e Juliana Napimoga estreitaram a parceria para um novo projeto em conjunto, que terá enfoque no estudo da mesma molécula já testada, porém, visando o controle da artrite reumatoide. Este projeto, segundo Marcelo Napimoga, já foi enviado à FAPESP para obter auxílio financeiro.
“São novas parcerias e novos projetos surgindo entre a São Leopoldo Mandic e outras instituições internacionais, comprovando o interesse e incentivo à pesquisa científica que a Faculdade tem como parte essencial de sua missão”, diz Marcelo.